Há 30 anos os psicólogos Katz e Kahn, escreveram em seu livro sobre “Psicologia Social das Organizações”, que mesmo sem perceber, as pessoas seguem as regras que são definidas pelas empresas que as contrataram.
Recentemente, ao ler o poema Definitivo, de Carlos Drummond de Andrade, vi alguns trechos que muito me estimularam a redigir esse artigo. Dentre os trechos, destaca-se: “Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar”. Essa parte do poema muito se assemelha ao que se tem visto e ouvido sobre a resiliência nas organizações.
Há 30 anos os psicólogos Katz e Kahn, escreveram em seu livro sobre “Psicologia Social das Organizações”, que mesmo sem perceber, as pessoas seguem as regras que são definidas pelas empresas que as contrataram. Visto dessa forma, seguir procedimentos não caracteriza qualquer profissional como uma pessoa talentosa. Isso significa que, cada um deve dar uma nova imagem ou uma nova solução ao seu trabalho, diferenciando-se por ser o melhor e não o idêntico ao que os outros já fazem.
Diante das exigências que o mercado tem feito as organizações e essas, consequentemente, têm feito aos seus empregados, maior tem sido a necessidade da pessoa aumentar a sua habilidade, apresentando um diferencial na equipe. Afinal, empresas vencedoras precisam de profissionais com potencial para a vitória. Não é isso que se ouve? Daí surge a necessidade de cada um desenvolver a sua resiliência.
A saber, esse termo originalmente trazido da Física e visto em alguns profissionais, explica a capacidade que uma pessoa tem para se recuperar mais rapidamente de alguma “queda”. É a capacidade humana de superar as adversidades, os problemas e as dificuldades encontradas tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. Por mais que sofra pressões externas, a pessoa não se entrega ao sofrimento. Ao invés disso, ela o utiliza como um trampolim para seguir com mais força. Ser resiliente significa ter disposição e coragem para lutar, possuir desenvoltura para se superar e ter atitude para solucionar problemas, e não aumentá-los.
A maneira passiva de aceitar a vida faz com que muitas pessoas não cresçam, não prosperem e acima de tudo não amadureçam, pois ficam presas a um passado, mesmo quando esse passado o torna insatisfeito e infeliz. E assim, remoem a sua história de sofrimento sempre que oportuno. E ao invés de olhar para frente, vivem curvadas para o que já se foi. O que as mantêm nesse lugar de lamento, não há dúvidas, pode dar certo em alguns contextos.
Por exemplo, algumas pessoas prendem-se às suas tristes histórias e levam para o ambiente de trabalho a sua sofrida vida pessoal, familiar ou conjugal, a fim de criar laços e aos poucos convencer colegas e chefe crerem que ela precisa do trabalho mais do que as outras, e que de alguma maneira merece uma ajuda, uma chance ou quiçá uma permanência no emprego, em lugar de outra pessoa. Esse tipo de profissional, além de pouco criativo na solução de um problema real, aos poucos pode estimular um clima de desarmonia no ambiente, que pode fazer a organização perder profissionais verdadeiramente competentes. Afinal, o seu objetivo é satisfazer a sua necessidade atual, não sendo modelo de garra, força e determinação.
Reclamar não proporciona mudanças a ninguém, até porque neste mundo veloz, não há tempo para lastimar, mas sim para novas ideias. Essa atitude de lamentar para ganhar o amor ou a atenção das pessoas, somente dificultará a possibilidade de novos convites, afinal pouco se vê organizações que deem alguma oportunidade para profissionais que não conseguem administrar os seus problemas emocionais.
As pessoas não têm problemas maiores do que as outras. Independente da situação econômica, da formação, se é homem ou mulher, se é casada ou solteira, os problemas sempre existirão. Todo ser humano tem problemas, a diferença está na maneira como cada um enxerga a pedra que está em seu caminho. Enquanto uns o aumentam, outros simplesmente o minimizam e o solucionam. Não quer dizer que uns sofrem e outros não. Alguns, simplesmente não utilizam o seu problema como desculpa. Uns focam o problema, culpando os outros por seu insucesso. Outros, com dinamismo e disposição conseguem sorrir, mesmo diante de um precipício.
Essa maneira de lidar com o desânimo ou com a derrota indica a maneira como cada um escolhe para viver e ter sucesso. O que diferencia as pessoas está na alma, na paixão, na razão, na forma como cada uma se envolve com a sua vida. Alcança o sucesso, aquele que fortalece o que faz de melhor, dando ênfase às suas qualidades.
Você quer vencer? Então, exercite a sua capacidade resiliente, porque retomando Carlos Drummond de Andrade: “A dor é inevitável. O sofrimento, opcional”.
Autora: Patrícia Almeida
Fonte: Portal RH.com.br
Fonte: Portal RH.com.br