quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Borboletrando...“EU SOU AQUILO”

“EU SOU AQUILO” [TRECHO]
Sri Nisargadatta Maharaj 



Onde está a necessidade de mudar o que quer que seja?
A mente está mudando de alguma forma todo o tempo. 
Olhe para sua mente desapaixonadamente; isso é o suficiente para acalmá-la. 
Quando ela estiver quieta, você pode ir além dela. 
Não a mantenha ocupada todo o tempo. 
Pare-a, e simplesmente seja. 
Se você der descanso à mente, ela se centrará e recobrará sua pureza e força. 
O pensar constante a faz decair.

Nada que você faça mudará a si mesmo, pois você não precisa de nenhuma mudança.

Você pode mudar sua mente ou seu corpo, mas isso é sempre algo externo a você que foi mudado, não você mesmo. 
Por que se importar com toda essa história de mudança? 
Realize de uma vez por todas que nem seu corpo, nem sua mente e nem mesmo sua consciência é você e mantenha-se de pé sozinho, em sua verdadeira natureza, além da consciência e inconsciência. Nenhum esforço pode levá-lo lá, somente a clareza do entendimento. 
Não tente reformar a si mesmo; simplesmente veja a futilidade de toda mudança.
O mutável mantem-se em mutação enquanto o imutável espera. Não espere que o mutável o leve ao imutável – isso jamais acontecerá. Somente quando a própria ideia de mudança é vista como falsa e abandonada, o imutável pode surgir.
As atividades da maioria das pessoas é sem valor, senão destrutiva. Dominado pelo desejo e medo, eles não podem fazer qualquer coisa de bom.
Os gurus estilizados falam de madurez e esforço, de mérito e aquisições, de destino e graça; tudo isso é mera formação mental, projeções de uma mente viciada. Ao invés de ajudar, eles obstruem. Não corra para a atividade; nem aprendizagem nem ação podem realmente ajudar.

Não é o que você faz, mas o que você para de fazer que importa.
A atividade não é ação. Ação é oculta, desconhecida, inconhecível.

Você pode somente conhecer o fruto. 
Ação não leva à perfeição; perfeição é expressa na ação. 
Há uma diferença entre trabalho e mera atividade. Toda a natureza trabalha. Trabalho é natureza. Natureza é trabalho. Por outro lado, a atividade é baseada no desejo e no medo, no desejo de possuir e desfrutar e no medo da dor e aniquilação. 

Trabalho é pelo todo para o todo, atividade é para si mesmo e por si mesmo.

Sua mente está estagnada nos hábitos de avaliação e aquisição, e não admitirá que o incomparável e o inobtivel estão esperando eternamente dentro de seu próprio coração por reconhecimento.

Tudo que você tem a fazer é abandonar todas as memórias e expectativas. Apenas mantenha-se pronto em total nudez e vazio. Não faça nada, apenas seja. Apenas sendo tudo acontece naturalmente.
Seja nada, saiba nada, tenha nada. Esta é a única vida que vale a pena ser vivida, a única felicidade que vale a pena ter.

Você não pode fazer nada. O que o tempo traz, o tempo levará embora.


Este é o fim da Yoga, realizar independência. Tudo o que acontece, acontece na e para a mente, não para a fonte do “Eu sou”.

Uma vez que você realize que tudo acontece por si mesmo (chame a isso destino ou vontade de Deus, ou mero acidente), você permanece como testemunha somente, compreendendo e apreciando, mas nunca perturbado. 
Você é responsável somente pelo que você pode mudar. Tudo que você pode mudar é sua atitude.
Aí mora a sua responsabilidade.

Fonte: Fernando Freitas

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