Dia Mundial do Desenvolvimento Cultural
Cultura é tudo aquilo de que a gente se
lembra após ter esquecido o que leu.
Revela-se no modo de falar, de sentar-se,
de comer, de ler um texto, de olhar o mundo.
É uma atitude que se aperfeiçoa no contato
com a arte. Cultura não é aquilo que entra
pelos olhos, é o que modifica seu olhar.
lembra após ter esquecido o que leu.
Revela-se no modo de falar, de sentar-se,
de comer, de ler um texto, de olhar o mundo.
É uma atitude que se aperfeiçoa no contato
com a arte. Cultura não é aquilo que entra
pelos olhos, é o que modifica seu olhar.
Micaela Trigo
E para abrirmos o mental para uma outra percepção sobre a cultura, uma matéria muito interessante da Produtora Sonia Varuzza www.diversaoearteproducoes.com.br
EDUCAÇÃO
X CULTURA
Sempre
me surpreendeu o fato da Educação ser tratada como algo dissociado
da Cultura.
Entendo
até que, tecnicamente, tem que haver uma separação por conta de
verbas destinadas para uma pasta e outra; mas, no dia a dia, nas
escolas e instituições, como se pode conviver com essa separação,
quase ruptura?
Para o
Estado, a Educação ocupa lugar de destaque; afinal, temos que
pensar na construção e manutenção de escolas, num plano de
carreira para os professores, livros didáticos e por aí vai...
Quanto à
Cultura... Qual o papel, por exemplo, de uma Secretaria? Fazer shows?
Promover concertos? Criar cursos de iniciação artística?
Seminários? Encontros?
Se
olharmos dessa forma, a Cultura ainda poderá ser considerada irmã
da Educação; mas, uma irmã bastarda, meio esquecida, quando é, na
realidade, irmã siamesa, face da mesma moeda.
Trabalhei
muitos anos com teatro voltado para escolas. Bons diretores
contratavam excelentes atores para exibir textos clássicos e, dessa
forma, os alunos conheciam, por exemplo, textos dos principais
modernistas, tendo como cenário, painéis de Anita Malfati
ou
Tarcila do Amaral. Villalobos garantia a trilha sonora e, dessa
forma, no curto espaço de 1 hora, podíamos apresentar um super
resumo do que foi esse importante movimento.
Os alunos
compareciam porque eram obrigados pelos professores ou porque “podia
cair no vestibular”; desta forma, nos esforçávamos muito para
conseguir transformar um momento de deleite numa forma cruel de
tortura.
Nessa
época, pensei em convencer os professores a tirar esse peso, essa
obrigatoriedade de “entender” o texto e levar esses jovens para
ver montagens que envolvessem ballets, orquestras, poesias,
manifestos diversos. Acreditei que no auge da juventude, ouvir “Romeu
e Julieta” de Tchaikovisky (se possível coreografado), remeteria
essas criaturas em ebulição, para sua própria juventude.
Esse
projeto morreu na praia; os professores precisavam justificar todas
as saídas das salas de aula e, dentro de uma rotina engessante, só
havia espaço para os espetáculos mais didáticos e ... olha lá!
Ainda
acredito que, o objetivo da Educação, é oferecer um imenso leque
cultural para todos. No caso de formação, não podemos aceitar
que “se formar” signifique, literalmente, “sair da forma’;
não podemos almejar construir homens e mulheres com concepções
rasteiras, profissionais disformes, alimentados por uma mídia pra lá
de questionável.
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