Medo da perda
(Akim Rohula Neto)
"-
Tenho medo de perder ela.
-
Ah é? Hum… o que motiva esse medo?
-
Não sei te dizer… parece que o meu mundo acaba sem ela sabe?
-
Sei, tem a ver com algo como: nunca mais vou amar novamente ou ela é
a única mulher da minha vida?
-
Algo assim… não acredito que posso encontrar alguém melhor do que
ela.
-
Hum… pode até ser, mas, até onde você me conta, você não está
feliz com ela… não é um tanto paradoxal isso?
-
(silêncio) Pois é…
-
O que será que este seu “medo de perdê-la” realmente está
mostrando?
-
Não sei… o que?
-
Pense. Você não está lá muito feliz com ela, mas também tem medo
de perdê-la, o que está errado neste cenário?
-
Falta de acreditar em algo melhor?
-
O que te parece?
-
Parece que sim… não é só nesta área que eu penso assim não é
mesmo?
-
Não, não é.
Medo
sempre tem a ver com algo que não sabemos como lidar.
Perda
com algo importante que se vai, afinal ninguém sente a perda de algo
que não era importante.
Medo
e perda se juntam quando não sabemos como lidar com a falta daquilo
que é importante para nós. Em outras palavras: ao perdermos algo
importante não sabemos o que fazer e isso pode significar várias
situações, cada uma requer um aprendizado específico.
Uma
das situações é quando a pessoa não crê ser possível conquistar
o que perdeu ou conseguir algo melhor do que possui. Se a situação
na qual a pessoa está parece ruim, ela ainda dá graças à Deus por
estar nela visto que não acredita que conseguiria nada melhor ou que
conseguiria algo igual caso perdesse o que possui. Isso cria um apego
enorme à situação – ou pessoa.
Este
apego é que a pessoa chama de “medo de perder”, é a marca
registrada de que a pessoa não aprendeu ou não acredita que
consegue algo melhor para ela. Assim sendo começa a supervalorizar o
que possui numa tentativa de iludir-se dizendo-se que o que possui é
muito melhor do que na verdade é, junto com isso, tenta burlar seus
sentimentos de raiva e frustração frente ao que tem e não gosta.
Como
eu disse anteriormente medo é falta de aprendizado, portanto, o que
precisamos aprender em uma situação como esta?
Cada
um é cada um, mas, de uma forma geral podemos entender que é
importante a pessoa aprender a se valorizar mais. Isto vai ajudá-la
a perceber o seu valor no mundo, suas capacidades e potenciais –
costumo dizer no consultório algo assim: “naquilo que você já é
bom hoje, sem mudar nada em você”. Valorizar-se desta forma
ajudará a pessoa a questionar a crença de que ela é incapaz de
conseguir algo melhor para ela e a cogitar a crença de que ela pode
conseguir algo melhor, este é um dos primeiros passos a serem
seguidos.
Um
outro é criar uma imagem, uma lista do que você queria de verdade.
Isto serve como um parâmetro entre o que você está se permitindo
viver e o que você gostaria de estar vivendo. É como eu disse para
uma cliente minha: se você não quer um homem “machão” é muito
simples: não se envolva com um deles! Quando não deixamos nossos
desejos claros para nós acabamos “aceitando gato por lebre” e
depois queremos que a lebre ronrone.
Estes
dois passos são o fundamental: ter uma ideia clara de para onde
desejo ir, crer que isso é possível e acreditar-se merecedor
disso. Daí em diante cada um terá suas dificuldades e
facilidades pessoais e somente a vida de cada um vocês poderá
revelar isso com o tempo.
Espero
que você possa, ainda hoje, vencer o seu medo de perder o que quer
que seja acreditando que o mundo lhe reserva experiências ainda mais
fantásticas do que estas com as quais você pode sonhar hoje!
Abraço
Nenhum comentário:
Postar um comentário