Gol irá pagar bônus para pilotos que economizarem combustível
A Gol traçou uma estratégia para tentar reduzir o prejuízo de R$ 1,5 bilhão registrado no ano passado. Segundo o jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira, a companhia aérea irá pagar um bônus salarial para pilotos e comissários de bordo que economizarem combustível nos voos.
Para a Gol, as metas de economia não põe em risco a segurança, afirma Adalberto Bogsan, vice-presidente técnico da empresa. A companhia afirmou que, entre economia e segurança, a prioridade será sempre a segurança.
De acordo com a publicação, entre os especialistas não há consenso sobre a medida, já que ela poderia abrir um precedente que poderia levar um piloto a tomar decisões baseadas não apenas na segurança, como também no que iria ganhar caso conseguisse poupar combustível. Porém, para a Gol, a iniciativa só saiu do papel pois houve estudo de que a medida não causava riscos aos passageiros.
Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma que não há riscos se todos os procedimentos de segurança forem seguidos.
Medidas de economia de combustível da Gol, preocupam.
A mais perigosa é a restrição ao uso do reverso
A meta adotada pela Gol para economizar combustível depois de um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2012, que tem como objetivo reduzir os gastos, pode trazer riscos aos voos da empresa, apesar de a própria negar a insegurança. Descidas diretas, desativação do reverso, desligamento de um motor e a realização de rotas mais diretas para conter os atrasos das decolagens são algumas das ações da empresa na busca pela economia.
O uso do reverso, equipamento que ajuda o avião a frear, por exemplo, apesar de ser opcional em determinadas pistas mais longas, é “obrigatória nas pistas curtas, também chamadas de pistas críticas”, segundo informou o comandante Carlos Camacho, diretor de Segurança de Voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Apesar disso, o não acionamento do reverso é uma das medidas recomendadas pela Gol para contribuir com a redução do gasto de combustível.
Já o tenente-brigadeiro-do-ar, Mauro Gandra, – também ex-ministro da Aeronáutica no governo Fernando Henrique Cardoso, de 1995, e atual diretor do Instituto do Ar da Universidade Estácio de Sá –, afirma que a medida mais arriscada entre as descritas no informe da Gol seria o não acionamento do reverso. “Quando você tem uma pista mais curta, por exemplo, como a do aeroporto de Congonhas, dificilmente um piloto vai deixar de usar o reverso se precisar dele. Agora, no Galeão, ou em Brasília, pode deixar de utilizá-lo tranquilamente”, compara o tenente-brigadeiro-do-ar.
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