segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mentirinha que fez parte da minha infância...

Sabe como é que é, né? Vida de filha única não é fácil.... além do cuidado excessivo, não pode machucar, não pode resfriar, não pode isso, não pode aquilo...ainda por cima, a gente tem que ter cuidado com tudo, porque tudo o que acontecer, é culpa da gente...
Essa é uma  das desvantagens de não ter irmãos....
E além de tudo, na minha época, ou talvez no meu caso...rsss....minha mãe era uma "general"....tudo tinha que ficar em perfeita ordem....que marcação serrada era aquela....rsssss
Mas tudo bem....eu cresci e passou...rsssss
Mas hoje, em especial, me lembro de uma ocorrido em minha vida, coisas de criança...ou de filho único com medo da mãe general...rsssssss
Desde muito pequena, me lembro de um aquário, mais ou menos deste tipo, na estante da sala da casa de minha mãe....acho que ele já estava ali, antes mesmo da minha chegada ao mundo...rssssss
E se tem uma coisa que minha mãe sempre gostou, foi das suas "coisinhas" materiais.....sempre fora apegada em tudo. E nada podia quebrar, nada podia sumir...ela tinha verdadeiro apego a tudo...e pior: sabia exatamente como tudo era e onde estava....
Um belo dia, eu resolvi brincar com os peixinho do tal aquário...eram de mentirinha e eu resolvi colocar a minha mãozinha...ela havia saído e eu estava só com a pessoa que cuidava de mim.
Eu me lembro que eles tinham um bolinha na ponta....hoje acho que era de chumbo, para se manterem flutuando como peixinhos de verdade. Esta bolinha era amarrada por um fiozinho de nylon, que praticamente desaparecia na água....e aquele sistema sempre me intrigou muito. Se o peixinho não era de verdade, como ele flutuava? E, claro, mãozinha de criança, sem alguém pra vigiar, tem asas e rodinhas....rssss...e as minhas foram tão ligeiras, que o tal peixinho veio parar em minhas mãos!!!!
E olha só.... pensei.... tem um fiozinho aqui amarrado...ahaaaaaaa .....mas, como as mãozinhas infantis são tão ágeis. de repente o fiozinho se partiu e, fiozinho de um lado, peixinho do outro.... ai...ai..... não quero nem pensar na cara da minha mãe....
E aí, mais do que depressa, coloquei o peixinho no aquário de novo e percebi que ele não flutuava mais.
Bora lá  sair de perto, secar as mãozinhas, ver se ninguém havia me visto ali pertinho do aquário e brincar em outro lugar....
Até que minha mãe retornou e claro, não demorou muito tempo para perceber que o tal peixinho de mentira, não flutuava mais....
E quem poderia ser o responsável? Claro que fui a primeira pessoa a ser abordada.
Mas como ela era mt brava...rssss...não pensei duas vezes e disse: " Foi a Tuta ( a moça que cuidava de mim)!!!!"
No dia seguinte, a primeira coisa que ela fez, quando a Tuta chegou, foi perguntar se havia sido ela quebrara o tal peixinho....e claro, ela disse que não!!!!
Como minha mãe não tinha provas, o assunto terminou por ali mesmo...mas não ficou nem um pouco contente com o tal peixinho, que gostava tanto, quebrado e sem flutuar.
Os anos passaram....muitos anos passaram...eu diria mais de vinte...e, eu já mãe, com filhos pequenos e um aquário em casa, porém com peixinhos de verdade, o assunto veio à tona e pasmem....só naquele momento que realmente tive coragem de dizer que não tinha sido a Tuta quem havia quebrado o tal peixinho...e sim eu!!!!!

Que delícia me lembrar desta história que fez parte da minha infância!!!!
E tem tantas outras que acabei por lembrar tb....
Mas o mais gostoso é olhar pra traz e ter a percepção do que realmente fez a diferença em minha vida: os valores que foram passados em cada um destes episódios e o quanto puderam acrescentar na formação do meu caráter.

E  é exatamente isso que faz a diferença na formação de uma criança: o quanto os pais se fazem presentes e estão atentos ao comportamento de cada um dos seus filhos, aparando arestas ou simplesmente observando.
Mas o medo não pode de forma alguma ser um item paralisador para ninguém.
Não podemos ter medo de quem quer que seja, não podemos substituir o respeito, pelo medo. Isso cria traumas que podem durar uma vida inteira!
Limites e cobranças podem ser aplicadas com amor e de forma que a criança tenha a real percepção do problema em questão. E cada fase requer uma forma de abordagem, palavras certas em momentos certos.
Com certeza, isso fará a diferença na vida de todos....na formação de laços sólidos e lembranças deliciosas, durante uma vida inteira.....


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