segunda-feira, 8 de julho de 2013

Borboleteando..."Deixar de ser para continuar a ser..."

Realmente tenho afinidade com as letrinhas e  isto represente parte do meu dia e do meu trabalho,  no  desenvolvimento  e revisão de  textos.
Mas passear (borboletear, como costumo dizer) pelas páginas alheias e deparar com um texto tão bem formatado e com uma percepção única sobre "PERMITIR-SE", tema que tanto tenho abordado em meu cantinho.... torna-se um presente...
...e não abro mão de compartilhar com todos que por aqui, passarem....

Deixar de ser para continuar a ser

Por Felipe (Felipe Moreno) Chusyd - www.letrascriativas.com.br



Semelhança
Há frases incrivelmente poderosas e significantes que a cabeça do homem produz para apontar novos caminhos ou desafios.
Uma dessas frases é “deixar de ser para continuar a ser”.
Nela, por exemplo, está contido o germe da mudança, da transformação interior que pode ensejar que o homem tome nas mãos a sua vida e siga pela nova estrada que precisa trilhar para ser. Ou melhor, para continuar a ser.
Mas vem cá: até então ele era o quê?
Ser, na verdade, é algo maior. Evoca algo como ter certa clarividência de seus próprios passos, ou ainda, ter a percepção de que há algo acima que dirige seus passos.
O que os olhos veem são apenas reflexos de algo maior que está acima e no comando do universo. Então, tomar nas mãos a responsabilidade e o compromisso de continuar sendo apesar de todos os pesares pode ser resultante de uma conexão que se faz com o que está acima.
Como nos jogos das caixinhas chinesas, o mundo físico está inserido dentro de uma caixa maior que não se pode ver. Mas não é porque está oculto que não existe. Por mais que se não se tenha uma percepção física desta realidade, é possível refinar o autossenso da percepção para  dar, ao sentido hermético, uma feição dessa construção arquitetada pelo Criador de todas as coisas.
Ser representante físico do Criador devia trazer o sentimento de ser o suprassumo da significância. Se o “eu” era alguém que idealizava ser alguma coisa até então, o fato de se perceber representante de algo muito mais significante, proporciona à vida um grande sentido de renúncia.
Não há mais um “eu equivocado”, mas, em vez disso, um “eu certo do que representa”. Deixa-se de ser para continuar a ser, pois se descobre um novo sentido. Renuncia-se a uma idealização egoística e vira a esquina onde se descortina um sentido maior de responsabilidade para com o todo.
Talvez aqui se compreenda a ideia “de ser levado pela mão poderosa do Destino”. Os ateus a esta altura podem até se levantar da cadeira ou parar a leitura de imediato e, se pudessem, “arrancariam esta página virtual” e fariam dela uma bolinha e a atirariam no lixo!
Concordo que talvez a sutileza da percepção possa levar à crença, quem sabe pela ilusão dos sentidos ou dos pensamentos, mas é difícil ludibriar a certeza de que somos levados a estar onde estamos pelas mãos daquilo que somos e fomos até agora.
Escolhas, vacilações, estágios desconfortáveis e sofridos, erros, acertos, aprendizados, tudo isso e muito mais são os elementos do que nos tornamos, e para continuar a ser é preciso abandonar o velho “eu” de guerra, para continuar uma nova guerra: a de parar de lutar contra nós mesmos.
A vida é absoluta em sentido. Se vivemos uma vida significativa, dando sentido ao que fazemos para construir um bom destino, estaremos prontos para ser testados ao longo de nossa trajetória, mas o contrário também é verdadeiro. Se fugimos dos “pontos de virada” de nosso próprio “filme”, no qual somos o principal protagonista, deixamos nossos sonhos para trás e não seremos o que nosso íntimo deseja de fato e de direito na vida.
“Deixar de ser para continuar a ser” guarda uma questão básica implícita na própria ideia: para deixar de ser é preciso ter sido até então, certeza da qual muitos não têm, pois foram levados de roldão a ser o que são. Não perceberam a Presença de algo muito sutil em suas vidas.
Uma convicção importante é ter a ideia de que é preciso fazer o que somente você pode fazer em sua própria vida. E isto faz toda a diferença, mesmo que à custa de sacrifícios e reviravoltas. Adoramos os heróis justamente por isto, por eles não fugirem ao seu destino para continuar a ser o que na essência são de fato.
Trabalhar com essas ideias é absolutamente intrigante porquanto misterioso. Nunca chegamos a essência de fato sem que seja pelos signos dos quais nos apropriamos para compreender a vida de modo geral. Fascina viver aprendendo a ser o que é preciso para continuar a ser. 

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