Seguir em frente...
"Uma mulher desesperada com a morte de seu pai, foi à procura do Mestre pedir-lhe que curasse a dor daquela perda.
O Mestre lhe disse:
- A cura é simples. Chá com sementes de mostarda!
Tranquilizada a mulher se preparava para ir ao mercado em busca de tais sementes de mostarda, quando o mestre lhe advertiu:
- As sementes têm que ser colhidas no jardim de uma casa onde seus moradores nunca tenham perdido alguém que amam.
Passaram-se dois anos, quando a mulher retornou.
O mestre logo lhe perguntou:
- Então você encontrou as sementes de mostarda que lhe recomendei para seu chá?
A Mulher prontamente respondeu ao Mestre.
- Eu estava fechada em minha dor e não queria entender que a morte é parte da vida.
Que só quem possuiu alguém que lhe é amado enfrenta a realidade da perda.
- Durante minha busca, eu descobri que tal jardim não existe.
Pois todo mundo já perdeu alguma pessoa querida e todos sobreviveram ao sofrimento.
Meu coração hoje está em paz.
Aprendi que posso conviver com a dor e a ausência e seguir adiante com minha vida."
Aqui chegamos só...
mas, enquanto pequenos, só não ficamos quase nunca...
Necessitamos do carinho, dos cuidados do aconchego...
do amor de quem optou por direcionar nossos passos...
seja esta pessoa a mãe, a tia, a avó.....seja lá quem for...
E é exatamente este colo que fortalece nossa estrutura emocional...
que constrói o nosso caráter, o adulto que seremos um dia!!!
Pena que um dia, a vida nos mostra a porta da rua...
nos dando a entender que este é o caminho a seguir...
E, a partir deste exato momento, a vida passa a ter um outro sabor
e muitas vezes, sem direito a colo, carinho,
cuidados como aqueles que recebíamos enquanto pequenos...
Se apresenta de forma enrijecida...
e nem nos questiona se realmente estamos prontos...
para tantas situações que jamais imaginaríamos passar...
AMADURECIMENTO....
respeitar os ciclos da vida e deixar a adolescência para trás
a fim de assumir seu lugar no mundo.
É a capacidade de planejar a própria vida, aprendendo com os erros,
priorizando atividades e estipulando objetivos.
E de repente, nos vemos sós...mas sós do que realmente queríamos...
necessitando encontrar respostas
para perguntas que nem imaginávamos existir....
E não bastando esta sensação de abandono, da perda do colo "materno",
ela ainda nos afasta do que acreditávamos ser nosso esteio,
do que acreditávamos poder contar uma vida inteira....
E, nem sempre de forma muito agradável,
somos apresentados às perdas....
de estruturas, de coisas, de pessoas ...
daquilo que era o nosso pseudo "chão"...
Mas os passos necessitam continuidade....
e a vida segue....
muitas vezes, sem nos dar uma trégua
para nos acostumarmos com a nova realidade...
com a falta que faz, aquilo que já não faz mais parte...
mas que deixa a sensação de falta de ar....
de tanta dor que a gente sente......
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