terça-feira, 15 de outubro de 2013

Contar histórias para crianças: o outro lado da moeda!!!!

Crianças???
Já fomos um dia.... e elas,  sempre farão parte de nossa vida...
E não importa como: se são os irmãos mais novos, os sobrinhos, os primos, os filhos, os netos, os enteados, os vizinhos, enfim...elas estão por toda a parte!!!!
Porque, de forma metafórica, é o modo que o Alto escolheu para nos colocar em contato com a essência mais pura, para despertar em nós o que muitas vezes fica adormecido ou deixado de lado, como a ingenuidade, a delicadeza, a vivacidade e até mesmo o amor, em sua mais linda forma de expressão.
"Terá que ser uma "alma" muito endurecida para não se "desmanchar" frente às gracinhas de uma criança....."

...mas, infelizmente, o SER HUMANO está tão adoecido na alma, que até mesmo as crianças tem sido contaminadas com  nossas limitações e porque não dizer, percepções.
Por não sabermos administrar nossas emoções, acabamos por passar conceitos, formados inconscientemente, que nem percebemos o quanto estamos contribuindo para comprometer o futuro emocional das próximas gerações, já que o nosso também foi lesado.
E o que estou abordando tem servido de base para estudos contínuos sobre o quanto o comportamento humano adulto influencia as gerações subsequentes, no quesito emoções.
Mas vamos entrar no âmago da questão.... 
Claro que você conhece alguns dos vários contos infantis que nos apresentaram desde a nossa mais tenra idade, certo? E claro que, os que mais tiveram afinidade com a sua forma de perceber o mundo, foram repetidos várias vezes  aos pequenos que fazem ou fizeram parte de sua vida, certo?
Pois bem.... neste momento, em toda a mídia nacional, uma das campanhas que mais veiculam em todas as mídias é a do Banco Itaú:

Leia para uma criança #issomudaomundo

 E acredito que iniciativas como esta, fazem total diferença na vida de muitas crianças... e porque não dizer, famílias.
Despertar crianças para o interesse de ler realmente propicia um novo olhar para a vida e abre portas para tantas outras possibilidades existentes. Mas, se esta porta não for muito bem direcionada, ela pode se tornar a porta de entrada para distúrbios emocionais, que poderão se fazer presentes uma vida inteira e até mesmo, de forma destrutiva!!!
Então,  não se pode esquecer de um único detalhe: o que ler!!!
E muitas vezes, em consequência destas formas distorcidas em descrever aos pequenos, padrões da sociedade, mesmo de forma lúdica ou fictícia, o desenvolvimento do perfil emocional poderá ser comprometido em sua vida adulta, muitas vezes, propiciando distúrbios comportamentais que poderão desencadear síndromes sociais tais como síndrome do pânico, fobia social, depressão, síndrome de Peter Pan, síndrome de Cinderela, dentre tantas outras.
E é exatamente por esta que quero começar: Síndrome de Cinderela.
E sabe como cheguei neste post? Após uma brincadeira de um querido amigo que disse que eu era a Cinderélide dele...ehehehe
Tudo bem que, no primeiro momento eu me senti lisonjeada, pois que mocinha (mesmo que já crescidinha como eu) não queria ser comparada à Cinderela em sua mais ingênua descrição. E, por estarmos no mês das Crianças, simplesmente queria  criar um post sobre tal assunto....mas não imaginava, nem por sonho, onde iria chegar!!!!
E aí, mais uma vez chego à conclusão que tantas vezes já comentei aqui em meu cantinho: antes dos meus posts chegarem até vocês, eles passam por mim, através da pesquisa, da escrita, da revisão e até mesmo, na maioria deles, na identificação e possível caminho para a auto-percepção e, quando possível, no aprendizado.
Sem mais delongas.... segue  o resultado de minha pesquisa sobre...

SÍNDROME DE CINDERELA

É conhecida como uma condição do comportamento feminino permeada pela imaturidade afetiva, que vive sobre a crença de ser salva e cuidada por agente externo, considerado mais forte e capaz, quer seja no papel  do homem idealizado, dos pais, etc.
Neste tipo de comportamento , destaca-se: 


  • a carência afetiva, 
  • a auto-piedade, vitimizadora, 
  • a imaturidade com base na construção dos contos de fadas (a opção pelo recurso imaturo da fantasia para esquivar-se do enfrentamento das dificuldades do convívio)
  • dependência, 
  • as irracionalidades (o faz de conta; a espera da fada madrinha);
  • o salvacionismo infantil, o ato de colocar todas as fichas afetivas na representação fantasiada de alguém;  
  • identificação das carências emocionais indutoras das fantasias;
  • a busca de glamour, luxo, vaidade, acomodação e tratamento especial; 
  • a superação dos emocionalismos; a interdependência que fortalece a convivência sadia.
A Síndrome de Cinderela restringe a manifestação plena da consciência e a mantém aquém das auto- potencialidades evolutivas evidenciando uma conduta equivocada, imatura e anti assistencial.

Algumas questões:


  1. Você ainda manifesta infantilidades esperando outras consciências assumirem as responsabilidades  pessoais e intransferíveis?                                  Na escala de 1 à 5, qual o grau de autonomia alcançada nos itens a seguir:
    • Passividade, 
    • imaturidade, 
    • infantilização, 
    • idealização, 
    • ilusão, 
    • alienação, 
    • vitimização, 
    • fabulação, 
    • fragilização, 
    • fantasia, 
    • devaneio, 
    • dependência, 
    • carência, 
    • parasitismo. 
    • Romantismo,


  1. 1.       Como reverter esta carência afetiva tão presente no universo feminino, que pode levar a esta síndrome em questão?                                                                                                               Trabalhar a autoestima; quanto mais nos valorizarmos, melhor nos sentiremos. Não é necessário delegar para um outro satisfazer as nossas necessidades.  Quem tem a condição da carência afetiva, deposita muito no outro a aprovação. E quando se abre mão de si próprio, para agradar o outro exatamente aí entra a questão da síndrome da boa moça: você se anula porque o que o outro pensa de você é mais importante do que o que você pensa à seu respeito.  O primeiro caminho é nos trabalharmos; quando assumimos responsabilidades, vamos fortalecendo a nossa autoestima, porque percebemos o que somos capazes de realizar. Quanto mais desafios assumirmos, quanto mais investirmos na assistência, nos qualificamos cada vez mais e vamos percebendo que somos capazes de dar conta dos desafios. Isso fortalece a auto estima e diminui a questão da carência.
  2. 2.       De que modo anular a influência dos  mitos e  contos de fadas na construção do padrão das crianças que ouvem contos de fadas antes de dormir?                                                       Alguns mitos e contos de fadas já estão sendo atualizados. Já podemos perceber que, nos dias de hoje, a princesa já não é tão frágil quanto antigamente. Mas ainda tem a influência destas historinhas, onde passamos a acreditar que a mulher está  sempre na condição de vítima e da fragilização e que algum homem ou príncipe virá nos resgatar. Precisamos passar isso para a criança e sempre colocando um contraponto, um senso crítico que é uma fábula e que não necessariamente, precisamos repetir isso na vida real. Mas como não temos criticidade, acabamos sendo engolidos por esta forma distorcida de enxergar a realidade  e achamos que a vida é assim, porque desde pequeno escutamos isso e a sociedade continua reforçando este padrão. Os pais incentivam as crianças a irem fantasiados de personagens infantis para a escola como Cinderela, Branca de Neve, etc. Família, escola e comércio, concentem neste processo. Este fenômeno é um hábito que nas gerações passadas não tinham. Uma demonstração de fator patológico, propiciando ficar incutido na criança onde, muitas vão reproduzir isto no casamento, por exemplo. A mulher já adulta, madura biologicamente mas ainda com essa necessidade infantil de ser a princesa por uma noite. E festas de debutantes, casamentos, etc, reproduzem este dia de princesa.
É difícil quando estamos muito imersos em um padrão, conseguirmos ver algo diferente. 
Então a criticidade é fundamental neste ponto. 
A tarefa do esclarecimento entra bem aí: colocar uma interrogação na cabeça das pessoas para elas começarem a questionar o tipo de comportamento que elas tem tido até então; se podem se manifestar de forma diferente.

  Vivendo em castelos baratosféricos

A mulher foi uma princesa em outra vida e estava vivendo lá dentro do castelo onde o castelo é o mundo real para ela  onde lá dentro ela se sente confortável e confiante. Mas fora dos muros do castelo ela é frágil. Então ela usa os seus atributos para manipular dentro do castelo, onde ela tem força. E normalmente faz isso manipulando o homem. e o homem,  é que vai para fora, pois é o guerreiro, o viril. 
Ela é a frágil e fica ali só nos bastidores. As mulheres que experimentaram a sensação de ter poder dentro do castelo não conseguem olhar para fora.  E muitas vezes adotamos esta postura para dentro da nossa vida e da nossa realidade. O nosso castelo vira a nossa casa, nossa zona de conforto. Ali estou protegida mas não consigo tomar uma série de atitudes como liderança, decisão, me envolver, tendo medo de várias coisas; mas no meu castelo eu estou protegida. 
Então não ousamos, não damos um passo além, mas trabalhamos muito bem nos bastidores e na manipulação, para alguém fazer aquilo por nós. Só que isso tem um preço que é a nossa autonomia. Passamos a manipular um terceiro para fazer algo que nós mesmos poderíamos fazer e, ao mesmo tempo, em troca, me sujeito a muitas coisas. 
Nos dias atuais, muitas mulheres que não tem coragem de abrir mão de um relacionamento  que já é falido, por que elas não se acham capazes de dar esta virada ou de conduzirem a vida sozinhas. É preferível ter um homem em casa, mesmo que violento ou alcoólatra, que as humilhe ou mesmo as  traia, do que continuar a sua vida sozinha. Por mais que seja uma convivência patológica, ela ainda acha que tem o domínio da situação; é a segurança dela ali dentro da casa.
Este perfil é baseado na vida de muitas mulheres que descreveram esta condição de vida onde, dentro do castelo é a pseudo rainha ou  princesa e se descreve, respeitada; mas o homem em si não a  respeita e ela tem que se anular para ainda manter aquele status.

As irracionalidades 
Falta de criticismo, de senso crítico, ou seja, repetir um padrão que não faz mais sentido. 
Há a questão das múltiplas vidas: há muitas gerações atrás isto era necessário porque era a forma que a mulher tinha para se manifestar; era a segurança do castelo. 
Mas hoje em dia não é mais necessário se comportar desta forma. Mas muitas mulheres não param para analisar isso e vão repetindo, no automático, muitos comportamentos.
Isto é uma forma de irracionalidade
   As ambiguidades que as mulheres vivem dão margens para as incoerências e as irracionalidades  porque  foram criadas, desde pequenas.  ouvindo estes contos de fada e aprendendo a esperar o outro salvá-la. 
      Por outro lado, esta vida atual, impele a maioria das mulheres em ir para a rua trabalhar. Este conflito íntimo, quando não é muito explícito, podemos perceber, em algumas atitudes, os irracionais da mulher ainda presentes. Isto tem mudado de algumas gerações para cá; mas ainda há o padrão da mulher mais submissa e dependente do homem. É um processo em mudança mas para algumas pessoas este processo ainda não caiu. Dependendo da influência e da estrutura emocional da mulher, tem que ter muito senso crítico para furar esta bolha. Já conseguimos ver o crescente aumento das creches onde as mães desta geração vão para o trabalho e deixam as crianças o dia inteiro. No Brasil Ainda não tem muito a cultura do emprego parcial onde se trabalhe apenas uma jornada diminuída, que muitos países já adotaram. Pode até ser uma tendência no nosso país, talvez daqui um tempo para a mulher poder conciliar a maternidade e a profissão também. 
Pais com senso crítico podem se auto avaliar o quanto estão influenciando esta retroalimentação , pois muitas pessoas acabam repetindo muitos comportamentos sem se questionar. 

Fonte: youtu.be/lKK618AgJVw




Nenhum comentário:

Postar um comentário