quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Quanto rendem nossos "clicks" para as redes sociais???

Atento aos passos do Facebook, Twitter estreia na bolsa
Por Rafael Sbarai
Novo logo do Twitter, revelado em junho de 2012

O Twitter abre nesta quinta-feira um novo capítulo em sua breve e bem-sucedida história, iniciada em março de 2006. 
A companhia, criada por Evan Williams, Biz Stone e Jack Dorsey, estreia no mercado financeiro com uma oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Nova York. Ao todo, serão oferecidas 70 milhões de ações, cujo valor individual foi fixado em 26 dólares na quarta-feira. A rede deve, portanto, arrecadar 1,82 bilhão de dólares (4,15 bilhões de reais), e elevar seu valor de mercado para 14 bilhões de dólares. 
Será o maior IPO de uma empresa de tecnologia desde o ingresso do Facebook na bolsa de valores, em maio do ano passado.
Para chegar ao mercado de ações, o Twitter adotou uma estratégia diferente daquela usada por outras empresas de tecnologia, ao escolher a tradicional Bolsa de Valores de Nova York, que abriga poucas companhias do setor, como LinkedIn e IBM. É mais comum que empresas do segmento optem pela Nasdaq, responsável por captar papéis das principais companhias da chamada "nova economia", como Facebook e Google.
Mas o voo do passarinho azul da Costa Leste para a Oeste dos Estados Unidos tem explicação: a sequência de problemas técnicos ocorridos nos últimos meses na Nasdaq, principalmente em maio de 2012, durante a abertura de capital do Facebook. No dia do IPO da rede social, o sistema de negociação dos papéis falhou, fazendo com que ações da empresa fossem vendidas trinta minutos após a abertura do mercado. Estima-se que as perdas tenham chegado a 500 milhões de dólares. Para não apresentar as mesmas falhas, a Bolsa de Nova York tratou de realizar testes para saber se conseguiria suportar um aumento relevante do volume de pedidos de transações nesta quinta.
Comparar o Twitter ao Facebook não é um ato gratuito. A entrada da rede de mensagens na bolsa era aguardada por analistas e ocorre dezoito meses após a abertura de capital de seu concorrente, que teve seu valor de mercado fixado em 104 bilhões de dólares. Para conter o ânimo dos investidores, o microblog tratou de adotar medidas cautelosas.
A primeira foi se apoiar em uma lei sancionada no ano passado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que permite fornecer informações mais detalhadas da oferta pública aos investidores somente às vésperas do seu lançamento na bolsa. Essa estratégia só é valida apenas para companhias que possuem faturamento anual inferior a 1 bilhão de dólares – que é o caso do Twitter.
O Facebook, por sua vez, teve de abrir suas informações com certa antecedência. “Assim, a rede revelou suas estimativas, mas também suas fraquezas”, explica Thiago Domenici, vice-presidente e sócio da Confrapar, principal gestora brasileira de fundos de investimento para empresas de tecnologia. Na época, a fragilidade tinha nome e endereço: o universo dos dispositivos móveis, para onde migram milhões e milhões de usuários. À medida que crescia o número de cadastrados nessas plataformas, a receita desacelerava – por uma razão evidente: a falta de publicidade baseada exclusivamente em smartphones e tablets. É verdade que a companhia tratou rapidamente de reagir a esse problema, apresentando novos anúncios dedicados aos dispositivos, mas viu o valor de seus papéis se desvalorizarem paulatinamente. Hoje, a empresa se recuperou e os ganhos com publicidade nesses aparelhos já respondem por metade da renda publicitária do serviço.
Neste quesito, o Twitter não passará pelas mesmas dificuldades. Mais da metade do faturamento de 2013 já provêm desses dispositivos. 
Seu desafio, agora, é crescer a um ritmo acelerado. Hoje, a rede conta com 230 milhões de usuários ativos, crescimento de 15% em quase um ano. 
Essa solidez parece não preocupar Wall Street, uma vez que as estimativas de receita crescem exponencialmente – estima-se que o microblog tenha faturamento de 583 milhões de dólares, baseado exclusivamente em três fontes: tuítes, contas e hashtags (que indica um tema no microblog) patrocinados. 
Cada usuário rende, portanto, um pouco menos de três dólares à empresa, valor superior ao de seu rival Facebook (1,6 dólares). O cadastrado na rede de até 140 caracteres, portanto, pode ser mais valioso. “O Twitter não precisa ter o tamanho do Facebook para ser relevante”, finaliza Domenici.

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