E esta sensação a acompanhou uma vida inteira...
Enquanto criança, buscava semelhanças e afinidades, que não conseguia enxergar nas pessoas que faziam parte de sua vida... e muitas vezes se sentia um E.T.
Por mais estranho que pudesse parecer, nada se encaixava e lá, olhando pela janela, tinha a impressão de que encontraria a resposta para todas aquelas indagações internas....
Afinal, ser humano tem por hábito comparar uns aos outros e, quando em família, identificar traços e semelhanças, é mais comum ainda!!!!
O cabelo dela era diferente, a cor de pele, o biotipo.... até mesmo atitudes.... não se sentia fazendo parte daquele círculo familiar....
Em alguns momentos, tinha a impressão de que era menosprezada, de que a viam de forma inferior, de que não lhe davam tanta atenção como para seus primos, por exemplo, que eram da mesma idade.
Se sentia reprimida, isolada e sempre muito sozinha, mesmo quando a casa estava cheia de gente.
E se esforçava para ser a melhor no que fizesse...e sempre conseguia. Se destacava nas artes, na escola, na comunicação, na escrita.... e sempre requisitada para dar conselhos aos amigos.
Mas, como ainda era muito jovem, não conseguia juntar as peças daquele quebra-cabeça. E o que mais desejava sentir, assim que passou a ter posse de sua vida, já na adolescência, era encontrar o amor.... aquele que move montanhas, que cura feridas, que fortalece nas dificuldades e que faz valer a pena a trajetória da vida.
Mas este, de verdade mesmo, jamais encontrou...nem mesmo no seio familiar!!!!

E foi assim que ela cresceu e se tornou adulta.....mas sempre olhando pela janela e com a impressão de que, lá fora, havia algo muito especial; algo que, com certeza, seria a tal pecinha que faltava no quebra-cabeça.

São registros que nossa mente armazenou e, mesmo que de forma inconsciente, tornam-se padrões no decorrer da trajetória, vida afora.
E não é só isso que contribuem para tais padrões: excesso de carinho, de cuidados, de proteção; ausência de referência, de limites, de bons exemplos, de direção; vivências traumáticas em família como dependência química, discussões constantes, violência, etc...todas estas situações acabam por permear o que nos tornamos em nossa vida adulta...muitas vezes interferindo fortemente nos relacionamentos futuros, sejam eles pessoais ou até mesmo, profissionais.
E por isso que um núcleo familiar saudável, presente e constante, se torna peça fundamental no desenvolvimento de um SER saudável e pronto para enfrentar todas as dificuldades apresentadas no decorrer da vida.
E este padrão, o da baixa auto-estima, o da rejeição, sentimentos que roubam a qualidade de vida de qualquer pessoa, se mantiveram em sua vida; ela sempre tinha a impressão de valer menos que os outros, de não ser priorizada, amada, valorizada ...e a sensação de estar só, não a abandonava jamais!!!!
E este sobe e desce das emoções internas e das marcas mal resolvidas, interferiram muito, não só em sua vida pessoal mas também em sua trajetória profissional.
Mas ela jamais desistiu de buscar tais respostas; mesmo que não fossem referentes à sua origem....
Que a fizesse sentir, de forma consistente, esta vida ainda sem reais referências.
Insaciável nas pesquisas, através de cursos e leituras, na busca por novos conhecimentos, e na facilidade para aprender, contribuiu em muito para a formação dos filhos e mais ainda, para o crescimento do Ser que acabou por se tornar.

Mas como disse algum pensador:
"Se ainda não deu certo, é porque não chegou ao fim!!!!"
...e se tem uma coisa que ela deseja com todo o seu coração é seguir em frente.... fazer a diferença e brindar, em cada dia, a possibilidade de estar aqui.... fazendo parte desta engrenagem perfeita, intitulada
V I D A !!!!!
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